terça-feira, 30 de abril de 2013

Bullying e omissão

Bullying e omissão
Rubem PenzQuando pensamos em bullying no ambiente escolar, lembramos daquele valentão, quase sempre traiçoeiro, que oprime seus pares na base da humilhação e do terror. Também surge na memória a figura do jovem diferente, seja ele meio esquisito ou fora de medida, vítima primordial das chamadas brincadeiras de mau gosto. Porém, para que exista e viceje essa prática sociopática, um terceiro personagem estará necessariamente implicado: o grupo. Afinal, desde a primeira piada até a metódica perseguição, a turma estará diante de uma escolha, ou seja, qual partido tomará.
A grande covardia do praticante de bullying é resultado de uma inteligência estratégica: atormentar aquele que menos se parece com a média para, com isso, auferir prestígio. Ou, como segunda opção, afligir quem se apresenta naturalmente retraído. Tímidos e exóticos tendem à baixa capacidade de articulação e, desta forma, podem permanecer isolados e frágeis diante das agressões recebidas. São losers, na acepção norte-americana do caso. A aposta do é de que ninguém tomará o partido do perdedor, sob o risco de fazer parte da turma “errada”.
Basta entrar em uma sala de aula – de qualquer faixa etária ou social – para identificar a presença de liderança, positiva e negativa, entre os colegas. Via de duas mãos, ela nasce na postura de quem a exerce e, simultaneamente, na dos que a reconhecem (aceitam). Por isso, a imposição física e psicológica de um líder negativo jamais deve ser desprezada: ela existe e é resultado de uma eleição silenciosa. O quadro obedece à perversa lógica do favorecimento, na qual alguém se alia ao opressor para, em um primeiro momento, escapar incólume de sua ação predatória. Depois, parecer igualmente forte.
No momento em que há um líder positivo no grupo, tendo ele capacidade de competir em igualdade de condições com o valentão, a chance de bullying diminui, mas não some. O apelo da transgressão ao redor do período da adolescência, seu charme e culto, é muito poderoso. Quando somado à garantia de impunidade que predomina em nosso tempo, torna-se ainda maior. Então, os virtuosos assumem a postura de autopreservação, fazendo surgir o individualismo – outra marca da atualidade. Sob o manto do resultado pessoal em primeiro lugar, do cada um por si e Deus por todos, o azar será de quem ficou para trás.
Tal quadro pessimista com relação ao bullying na escola tem uma única chance de ser superado, e ela repousa justamente nos ombros do invisível e disforme grupo. Se existir um conjunto de valores elevados na maior parte da turma, tais como solidariedade, respeito, amizade, bom caráter – aquilo que trazemos de casa –, bastará a primeira voz insurgente para neutralizar os maus-tratos, antes de eles se tornarem sistemáticos. Assim, até mesmo o bullying ao contrário (segregação do agressor contumaz) será prevenido. Para tanto, pais e professores devem passar às crianças e aos jovens uma lição fundamental: quem não deseja ser vítima, jamais se omita. Neste e em todos os casos, a omissão dos justos é a vitória do crime.
Extraído do Jornal Zero Hora, 14/05/2010 - Porto Alegre RS

Pensamento Positivo: Folha em Branco

Pensamento Positivo: Folha em Branco: Certo dia um professor estava aplicando uma prova e os alunos, em silêncio, tentavam responder as perguntas com uma certa ansiedade. Fal...

domingo, 28 de abril de 2013

Escolas públicas apostam na família para melhorar desempenho

Escolas públicas apostam na família para melhorar desempenho
Cartola - Agência de Conteúdo - Terra Educação - 23/02/2013 - São Paulo, SP
O envolvimento dos pais nas atividades educativas dos filhos foi a fórmula encontrada pela Escola Municipal Beatriz Rodrigues da Silva, de Palmas (TO), para melhorar o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - que saltou de 4,7 em 2007 para 8 em 2011. A instituição faz parte do estudo Excelência com Equidade, desenvolvido pela Fundação Lemman e pelo Itaú BBA para traçar um panorama de escolas públicas que atendem alunos de baixo nível socioeconômico e que apresentaram bom desempenho nas avaliações.
Entre os casos analisados, o coordenador de projetos da Fundação Lemann, Ernesto Martins Faria, um dos responsáveis pela pesquisa, destaca o comprometimento das equipes envolvidas. `Algumas estratégias implantadas, como o acompanhamento contínuo das secretarias de educação, poderiam causar desconforto nos professores, que talvez se sentissem invadidos. Conseguir alcançar uma mudança cultural é um dos grandes desafios`, diz.
Entre as práticas que ajudam as escolas a alcançar bons resultados, o estudo indica quatro estratégias em comum nas instituições analisadas: criar um fluxo aberto e transparente de comunicação; ganhar o apoio de atores de fora da escola, como entidades e poder público; enfrentar resistências com o apoio de grupos comprometidos e respeitar a experiência do professor e apoiá-lo em seu trabalho. `São práticas simples, mas que exigem engajamento de toda a equipe`, afirma.
A diretora da escola Beatriz Silva, Fátima Pereira de Sena e Silva, também destaca o trabalho em equipe. Segundo ela, a presença da família foi decisivo. `Nós queremos que a comunidade se envolva com a escola, que participe da Festa da Família, do Festival da Primavera. Esse é um trabalho de parceria com as famílias`, diz. Dar atenção total aos alunos foi outra estratégia traçada para atingir notas mais altas no Ideb. `Se o aluno não vem, ligamos para a família. O uso do uniforme é muito cobrado, não permitimos que eles tragam celular para a escola. Nossa evasão é zero`, destaca. Para 2013, a instituição tem 880 alunos matriculados do ensino fundamental.
Para receber mais turmas, a escola de Palmas deve adaptar duas salas que até então eram utilizadas no projeto Mais Educação, do Ministério da Educação (MEC), que prevê a realização de atividades no contraturno. `Queremos atender mais a comunidade. Temos que nos adaptar para isso. Seria mais cômodo continuarmos como estávamos, mas a ideia é servir quem está ao nosso redor. É em nome do bem do grupo`, explica.
Entre outras justificativas para a boa qualidade do ensino, a diretora aponta as reformas na escola, além da capacitação e valorização dos professores. `É uma questão de motivação, de mostrar que, se nós começarmos com o pé direito, vai ser mais fácil e vamos ser reconhecidos`, diz.
Valorização financeira de professores refletiu no desempenho
Traçar uma meta foi o ponto de partida para a equipe da Escola Municipal Professora Suzana Moraes Balen, em Foz do Iguaçu (PR). Com Ideb 5,8, em 2009, a ideia era chegar a 7,5 - e, para isso, o trabalho da comunidade e da Secretaria de Educação também ganhou destaque. `Tivemos constante apoio não apenas com material físico, mas também pedagógico. Toda a nossa equipe se envolveu para atingir essa meta`, diz.
O projeto fez parte de uma proposta lançada pela prefeitura do município: profissionais de educação de escolas que conseguissem elevar em ao menos 25% o Ideb receberiam um 14º salário. `A parte financeira não foi o único estímulo. Nós realmente queríamos alcançar uma qualidade de ensino melhor, e antes não tínhamos motivação para isso. Nosso prédio era defasado, assim como o quadro de professores. A partir do momento em que fomos valorizados, começamos a trabalhar melhor`, diz.
Aumentar a carga horária foi outra alternativa - inicialmente mal vista pelos pais. Os alunos de 5º ano, que realizam a prova, passaram a ter aulas também no turno da tarde. `As famílias não gostavam muito, achavam que os filhos deveriam ficar em casa. Mas, com o tempo, mostramos a importância desse reforço`, conta. Hoje, a turma do 5º ano tem aulas com o mesmo professor nos dois turnos, enquanto os demais anos revisam conteúdo e realizam exercícios em contraturno durante quatro horas, duas vezes por semana, com professor cedido pela prefeitura especialmente para a tarefa.
Nos horários em que o professor do 5º ano tem reservados para planejamento, um substituto entra em sala de aula para atividades como a oficina do dicionário, em que, a partir de crônicas, músicas e textos literários, os alunos aprendem a utilizar a ferramenta para expandir o vocabulário. A diretora destaca que a adesão para atingir a meta foi total. `Cada um percebeu o seu compromisso dentro da escola. Foi um passo muito grande tanto para os alunos, quanto para os professores. Agora, nós queremos crescer ainda mais`, diz.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Dúvidas no meio da noite? Já existe o `professor pré-pago`

Dúvidas no meio da noite? Já existe o `professor pré-pago`
Cecília Ritto - Revista Veja - 17/02/2013 - São Paulo, SP
A fórmula é a de um celular pré-pago. O cliente compra o cartão e raspa a parte indicada para ter acesso ao código. Letras e números são a senha para entrar no mundo virtual do Apoio Escolar 24 horas, que, entre os serviços oferecidos ao custo de 99 reais por ano, traz o do `professor web`. Durante as manhãs, tardes, noites e madrugadas, docentes de diferentes disciplinas escolares estão a postos para atender as demandas dos alunos que deixaram para estudar na véspera da prova, que precisam entregar algum trabalho sobre um assunto com o qual têm pouca familiaridade ou que estão estudando e, em vez de ter de esperar a próxima aula no colégio, preferem tirar as dúvidas de forma quase instantânea via internet.
O Apoio Escolar 24 horas é um dos braços da empresa Escola 24 horas, que auxilia pelo mundo do computador meio milhão de pessoas, segundo a diretora de produtos do grupo, Luzia Alves. Algumas escolas firmaram convênios e os alunos têm livre acesso a esse complemento de informações, caso da rede de ensino Mopi, no Rio. “Às vezes, o professor tem horário e dia específico de ir à escola. O aluno não precisa acumular dúvida até o dia seguinte. Para algumas séries em que os estudantes estão desenvolvendo a autonomia, pedimos ao apoio que o professor web, ao ver que se trata de um aluno do Mopi, indique a leitura de alguns capítulos do livro em vez de dar a resposta de pronto”, explica o diretor do Mopi, Vinícius Canedo.
No pacote do apoio 24 horas estão incluídas aulas on-line - nas quais os professores, por cerca de uma hora, falam sobre um tema apropriado à série do estudante -, exercícios e material para consulta. Em caso de dúvidas, os professores de plantão respondem até 20 perguntas por mês de cada cadastrado. É rápido, e logo o comentário do docente chega. Não são respostas complexas e, algumas vezes, o português falha e os acentos somem.
O que o sucesso dos cursos de apoio via internet expõe, por outro lado, é a degradação do ensino presencial. Para Marco Silva, professor de educação on-line e de informática educativa da UERJ, a lógica do vestibular que persiste, apesar da implantação do Enem, tem transformado a sala de aula em um espaço superficial, onde, no fim das contas, os alunos percebem em casa, ao se deparar com o livro didático, que algumas informações ficaram por serem melhores explicadas.
Novo espaço - “Temos de pensar o porquê de as escolas oficiais estarem precárias a ponto de surgir esse espaço mercadológico chamado Escola 24 horas. Há degradação do ensino presencial. Isso é generalizado e atinge tanto as escolas públicas quanto as particulares. Tudo funciona em função do vestibular e do Enem, que são as causas das aulas fragmentadas”, explica. “Os professores trabalham na lógica das informações ligeiras, das aulas performáticas. Isso cria lacuna e aligeira o processo de aprendizagem. O resultado é a emergência dessas estratégias tapa-buraco”, argumenta Silva.
A Escola 24 horas tem picos de demanda no fim dos bimestres, quando as avaliações batem à porta ou quando as datas das provas de vestibular se aproximam. Nos anos 2000, a maioria dos usuários desse tipo de serviço era de escolas frequentadas por filhos da alta-roda carioca. Com a expansão da internet e da banda larga, esse perfil mudou. A maior parte dos alunos, agora, é das classes C, D e E, pertencentes à escola pública e com sérias lacunas em suas formações. Outro grupo relevante é o daqueles que não terminaram a escola e pretendem retomar os estudos para fazer o Enem.
Por uma questão “estratégica”, Luzia guarda em segredo o número de professores que trabalham para o Apoio Escolar. Diz apenas ser entre 50 e 100. “Eles trabalham em suas residências. Mas fazemos questão que tenha experiência em sala de aula. Tenho um professor por disciplina de plantão e bancos de respostas para as perguntas mais frequentes”, diz Luzia. No caso das escolas conveniadas, o tratamento é mais personalizado. Os professores de apoio sabem o livro didático do aluno e a linha pedagógica seguida na instituição de ensino. “Se for uma pergunta sobre reforma agrária e se tratar de uma escola progressista, teremos uma abordagem diferente, por exemplo”, explica.
Pontos de venda - Os cartões ‘pré-pagos’ estão espalhados por livrarias, supermercados e lojas do país. Em uma dessas, os pais de Monique Stefhany Ferreira, de 14 anos, compraram o acesso ao apoio virtual. “Às vezes, tenho vergonha de perguntar em sala e atrapalhar a aula. Na internet é mais prático. Aproveito para tirar minhas dúvidas, sobretudo em períodos de prova”, afirma Monique, de Mossoró, no Rio Grande do Norte, que usou do Apoio Escolar 24 horas para ingressar no Instituto Federal do Rio Grande do Norte.
Alunos, de forma geral, buscam facilidades. A internet pode ser um prato cheio. Saber usar ainda é desafiante na área da Educação. O método mais direto, que é o da pergunta e resposta - sem réplica e tréplica –, é rasteiro e não ensina o aluno a pensar e a buscar informações. Em compensação, se bem usada, abre um universo de possibilidades de aprendizagem. “Para que serve um lápis? Pode furar o olho de alguém ou fazer poesia. A internet é um mero instrumento. A vantagem dela é ser interativa. Mas se trata de um equipamento que você pode usar para copiar e colar ou para dar uma guinada na sua formação”, afirma Silva, da UERJ.

Educação financeira chega ao ensino básico

Educação financeira chega ao ensino básico
TONI SCIARRETTA - Folha de São Paulo - 18/02/2013 - São Paulo, SP
Quando um adolescente tem maturidade para ter um cartão de crédito? Os pais podem deixar uma criança recém-alfabetizada fazer a lista do supermercado?
Em qual idade é possível saber que o banco cobra juro para emprestar e que o vovô, apesar de não trabalhar, recebe a aposentadoria?
Assuntos como esse farão parte do currículo do ensino fundamental das escolas públicas em, no máximo, três anos. No ensino médio, o programa foi testado, aprovado e está sendo implementado.
A adesão não é obrigatória e fica a critério da escola.
O currículo do ensino fundamental está em fase final de elaboração. Há conteúdo próprio para cada idade. O próximo passo será testá-lo em programas-pilotos, fazer ajustes e corrigir as falhas.
A iniciativa nasceu de uma parceria de reguladores (BC, CVM etc.), entidades do mercado (Anbima, Febraban e Bolsa) e educadores.
Contou com apoio do Banco Mundial, que identificou o `analfabetismo` financeiro como um gargalo para países como o Brasil.
Um dos mitos deixados para trás era que ensinar finanças pessoais dependia de um conhecimento avançado da matemática --exponenciação, raiz quadrada etc.
`Confundiam educação financeira com matemática financeira. O importante é a linguagem e a abordagem, que devem fazer parte do mundo da criança e do adolescente`, disse Alvaro Modernell, educador financeiro.
Uma criança de seis anos tem condições de diferenciar que algumas coisas são imprescindíveis e outras são supérfluas, podendo ajudar a fazer a lista do supermercado. Noção de juros chega mais tarde, perto de dez anos.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

RONDONIA GARANTE MAIS UMA VEZ PAGAMENTO DE PLANOS ECONÔMICOS

08/04/2013 - 8:33
Sindsef garante mais uma vitória na manutenção de planos econômicos
 A União tem buscado todos os meios para retirar os planos econômicos (Verão, Collor e Bresser) incorporado nos salários dos servidores federais. O Sindsef é um dos sindicatos que tem o maior número de servidores contemplados com os respectivos planos, beneficiando mais de cinco mil servidores, sendo patrono das referidas ações o advogado Neórico Alves de Souza.
Recentemente os servidores da área de saúde foram informados que os referidos planos seriam retirados (Funasa, Ministério da Saúde, Anvisa e outros). O Sindsef mobilizou todos os interessados e foram ajuizadas ações visando a manutenção dos respectivos planos.
Diante da iniciativa do Sindsef, através do advogado Neórico Alves de Souza, o Juiz da 3ª Vara do Trabalho em Porto Velho já julgou e manteve o Plano Verão para todos os servidores que se encontram na Funasa. Agora o mesmo magistrado concedeu antecipação de tutela para garantir o mesmo plano econômico para os servidores do Ministério da Saúde, determinando àquele Ministério que se abstenha de promover a retirada ou, seja o tenha feito, que seja promovida a reincorporação, acabando com o pesadelo dos servidores.
Além do trabalho para a manutenção dos planos econômicos para aqueles servidores que os possuem, o Sindsef também está promovendo ações judiciais visando o “descongelamento” dos respectivos planos, cujos valores  a União não tem atualizado há vários anos.

Veja a decisão do Juiz da 3ª Vara em Porto Velho, que garantiu a manutenção do plano Verão para os servidores do Ministério da Saúde que o possuem em seus contracheques:

Autor: Assessoria de Imprensa SINDSEF
Fonte: www.SINDSEF-RO.org.br

Pagamento de precatórios

STF: Ministro Luiz Fux determina continuidade no pagamento de precatórios
13/04/2013 - 02:02
SINTERO-SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO NO ESTADO DE RONDONIA
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que os Tribunais de Justiça (TJs) dos Estados e do Distrito Federal “deem imediata continuidade aos pagamentos de precatórios, na forma como já vinham realizando até a decisão proferida pelo Supremo, em 14/03/2013, segundo a sistemática vigente à época, respeitando-se a vinculação de receitas para fins de quitação da dívida pública, sob pena de sequestro”. O ministro determinou a expedição de ofício aos presidentes de todos os TJs do país, informando-os sobre essa decisão.
Em Rondônia só estão sendo pagos os precatórios prioritários, ou seja, aqueles que tiveram requerimento para antecipação do pagamento por idade ou por doença grave.
O Sintero, através de sua assessoria jurídica, vem cobrando a regulamentação da lei estadual dos precatórios de maneira que permita a utilização dos recursos existentes para pagamento dos pequenos valores. A maioria dos precatórios dos trabalhadores em educação se enquadra nas RPVs (Requisições de Pequeno Valor).
O ministro Luiz Fux despachou nesta quinta-feira (11) sobre a questão em virtude de petição apresentada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), informando sobre a paralisação do pagamento de precatórios por alguns TJs, após o julgamento conjunto das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 4357 e 4425, realizado em 14 de março passado pelo STF. Naquela data, a Suprema Corte considerou inconstitucional parte da Emenda Constitucional (EC) 62/2009, que instituiu o novo regime especial de pagamento de precatórios. O pedido foi analisado pelo ministro Fux em razão de ele ser o redator do acórdão do julgamento.
No despacho, o ministro Fux destacou que a decisão do Plenário do STF reconheceu a inconstitucionalidade parcial da EC 62/2009, “assentando a invalidade de regras jurídicas que agravem a situação jurídica do credor do Poder Público além dos limites constitucionais aceitáveis”. Contudo, ele ressaltou que, até que o  Supremo se pronuncie sobre o alcance da decisão [nas ADIs], “não se justifica que os Tribunais locais retrocedam na proteção dos direitos já reconhecidos em juízo”.
Segundo informou a OAB ao Supremo, em sua petição nos autos das duas ADIs, “os recursos estão disponíveis, mas a Presidência de alguns Tribunais entendeu por paralisar os pagamentos/levantamentos de valores, enquanto não modulados os efeitos da decisão do STF”. Por isso, a entidade requereu a continuidade dos pagamentos até a modulação. Pediu, ainda, que os entes públicos devedores sejam instados a repassar e depositar os recursos junto aos TJs, sob pena de sofrer sanções.
Autor: Assessoria de Imprensa com informações do STF

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Oferta de ensino integral cresce em escolas particulares do Recife

Oferta de ensino integral cresce em escolas particulares do Recife
Isabelle Figueirôa - Jornal do Commercio - 03/04/2013 - Recife, PE
Realidade cada vez mais presente na educação brasileira, as escolas em tempo integral crescem não apenas na rede pública de ensino mas também entre as unidades particulares. Em Pernambuco, 130 mil estudantes dos cerca de um milhão da rede estadual permanecem nas escolas durante os dois turnos no ensino médio. Escolas privadas do Recife começam a oferecer ou intensificar esse serviço.
O debate é reforçado no momento em que foi promulgada a proposta de emenda à Constituição que amplia os direitos trabalhistas das empregadas domésticas, conhecida como PEC das Domésticas, a partir da qual ter uma funcionária em casa ficará cada vez mais oneroso. Muitos pais já pensam em deixar seus filhos o dia inteiro na escola, abrindo mão das babás.
A ideia do ensino integral é estender a permanência do aluno no ambiente escolar aliando apoio pedagógico, orientação educacional e reforço escolar. Já experiente com esse tipo de ensino, o Colégio Santa Maria retomou a educação integral há oito anos e vem ampliando a oferta. A diretora Rosa Amélia Muniz acredita que a procura dobrou nesse período. `Com essa legislação nova é todo momento os pais procurando a educação integral para as crianças menores e não há mais vagas`, afirma. Após o término das aulas, os alunos da educação infantil e fundamental I fazem as tarefas e participam de atividades como artes, esportes, balé, música, inglês, horta e gastronomia. Os pais desembolsam R$ 1.980 para deixar os filhos no horário integral, das 7h às 17h.
`Não queremos apenas ocupar o tempo livre do aluno, mas oferecer atividades que contribuam para seu desenvolvimento acadêmico e social. O ensino integral ajuda a torná-lo mais independente e disciplinado`, explica a coordenadora do Colégio NAP, Fabiana Murakami. Lá são realizadas ações como orientações individuais, simulados sistematizados, aulas específicas por área do conhecimento, criação de horários de estudo, planilhas de apoio e relatórios, trabalhos para desenvolvimento da lógica e atividades extracurriculares. O investimento é de R$ 1.815, de segunda a sexta, em ambos os turnos do ensino médio.
Pegando carona nessa tendência, o Colégio Motivo passou a oferecer o serviço neste ano e pretende ampliar, já que a procura tem sido grande. `É um projeto piloto do 1º ao 5º ano do Fundamental I, no qual as crianças participam de atividades complementares como acompanhamento de tarefas, inglês, esportes, dança, robótica, xadrez, jogos eletrônicos, música e recreação`, explica o diretor Eduardo Belo. Para ele, a dificuldade é conciliar a educação formal com os cuidados em higiene e alimentação, que eram desempenhados pela família. As crianças ficam na escola das 7h10 às 17h30 a partir de uma mensalidade de R$ 1.536.
O Colégio Damas também adotou o novo sistema de ensino com o nome de Tempo Complementar, no qual o aluno participa de atividades educativas e de lazer no contraturno. `Se estivesse em casa, minha filha ia ficar a manhã inteira na TV e eu ainda iria pagar mais caro por uma babá, mas no colégio, ela faz esportes, inglês, iniciação científica e recebe apoio pedagógico`, disse a webdesigner Silvia Morais, mãe de Gabrielle, aluna do 1º ano do fundamental, que fica das 7h30 às 18h no Damas. Ela paga R$ 486 para deixar a menina três dias da semana.