quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Deborah - uma adolescente vitoriosa

"É uma rotina puxada, mas eu gosto disso. Acredito que estou representando bem o meu país", diz Deborah

"Me ajuda a estudar matemática?" Deborah já perdeu as contas de quantas vezes ouviu essa frase, mas garante que foram muitas. O motivo? As amigas da garota sabem que, tê-la como professora, aumenta as chances de ótimas notas nas provas. "Dou as aulas, mas peço socorro para elas em biologia e história", revela a menina, que sempre foi melhor nas matérias exatas. "Os números são a minha vida!" E é por isso que, durante o Ensino Fundamental, em 2005, Deborah resolveu aceitar o convite de seu colégio e participar da Olimpíada Brasileira de Matemática. "Ganhei uma medalha de bronze logo de cara", lembra. E isso era só o começo! Em 2007, 2008 e 2009, nesta mesma competição, conquistou medalhas de prata e diversos outros prêmios, como livros, diplomas e aulas com os melhores professores do país. 

"Foi assim que, do nada, as viagens para competições no exterior rolaram", conta. Deborah teve a oportunidade de representar o Brasil internacionalmente na Argentina, quando foi bronze, em 2006, e prata, em 2009, na Olimpíada de Matemática do Cone Sul, no mesmo país. Já a conquista mais recente foi este ano, na Romênia. "Achei que fosse desmaiar de tanta alegria e nervoso. Fiquei muito feliz, pois tive a sensação de ter representado bem o meu país lá fora", revela. Para Deborah, as viagens já são um prêmio. "Na última, fiz até um diário de bordo. Lá escrevia tudo o que acontecia na viagem. Tipo quando minha mala foi extraviada e precisei comprar todas as roupas e maquiagens que usei." 

Levar o nome do Brasil mundo afora não é para qualquer um e, além de estar preparada, Deborah tem que ter muita calma para encarar a pressão durante as competições, que não são nada fáceis. Geralmente, cada país participante é representado por uma equipe de quatro a seis estudantes e dois professores líderes. "Durante as provas, realizadas em dois dias consecutivos, temos quatro horas e meia, em cada dia, para resolver três problemas de matemática, propostos pelos países participantes e selecionados por um júri internacional", diz Deborah. As questões abrangem disciplinas como Álgebra, Teoria dos Números, Geometria e Combinatória. "Não é fácil e eu ainda sou a única menina da turma. Tive que aprender a ter muitos amigos meninos e a fazer piada com eles", entrega ela. 

E é claro que, apesar do talento, é preciso muito esforço e estudo para conseguir tantas vitórias. Mesmo depois de voltar do colégio, Deborah ainda se joga nos livros e cadernos. São quase dez horas por dia estudando, principalmente em época de provas. "Tenho testes quase todos os dias. É uma rotina puxada, mas eu gosto disso", conta. Se ela se considera nerd? "Costumo brincar dizendo que sou uma pseudonerd! Eu estudo, mas também saio com meus amigos, malho e adoro jogar futsal e handebol. Gosto dessas coisas tanto quanto amo matemática."

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